segunda-feira, 15 de julho de 2013

Morfema Zero, Alomorfia e Processos Morfológicos

Texto redigido pelos alunos: Alisson Dias e Kamilla Bonifácio



Nesta tirinha a falta, a ausência, o silêncio torna a relação e a comunicação impossível. Mas qual o significado do silêncio? Ter ponderação? Se omitir? Ou apenas a ausência de algo? Muitas vezes pode significar tudo ou simples nada. Depende. Na morfologia, por exemplo, essa ausência tem um significado leva até um nome bonitinho: morfema zero. E é um dos temas que trataremos a seguir.
De acordo com Petter, o morfema zero ocorre quando a ausência de um morfema se opõe a presença de outro morfema existente. Para melhor entendimento, usaremos como exemplo o vocábulo “mar”:

MarØ      ← Essa ausência identificando o singular é o morfema zero
Mares

Identificamos o singular porque na língua portuguesa, de um modo geral, o morfema que indica o plural é o -s, tendo como indicador de singular o morfema zero.

Alomorfia

A variação de um morfema, ou, segundo Petter (2010), “o morfe do mesmo morfema. Ao conjunto de morfes que fazem a representação de um mesmo morfema nomeamos alofones. E esse processo de variação chama-se alomorfia.
Identificamos a alomorfia quando há variação do morfe mantendo o mesmo significado. É válido destacar que quando, num contexto, o morfe 1 aparece, obrigatoriamente o outro não aparecerá. Exemplo:

                        País                           e                         Casa
                        Países                                                  Casas

Nesse caso, houve alomorfia de plural. Em um usa-se o –s para designar o plural, em outro, o -es.
Outro exemplo de alomorfia se nota na palavra “lápis” onde a presença de plural ou singular depende de um contexto. Exemplo:

                        Os lápis velhos.
                        Meu lápisØ sumiu.

Esse alomorfe denomina-se “alomorfe zero”, o qual ocorre na flexão.


Processos Morfológicos

Numa definição bem simples, pode-se dizer que processos morfológicos são modos de combinação para gerar novos vocábulos. Em outras palavras, são processos que formam novos vocábulos. Vejamos uns casos:

Adição: é o processo mais utilizado no português onde se acrescenta afixos na raiz ou no radical gerando novas palavras (esta é a afixação). Alguns exemplos de adição: fazer/ refazer; aberto/abertamente; país/ países; feliz/infelizmente.
Reduplicação: é a repetição total ou parcial da base podendo ocorrer antes ou depois da mesma. Exemplo: mamãe; tique-taque.
Alternância: ocorre quando há substituição de elementos da raiz de forma não arbitrária. Bons exemplos no português são os verbos: fui/foi; fazer/fizer.
Subtração: consiste na eliminação de segmentos da raiz manifestando um valor gramatical. Em português, geralmente usa-se retirando um elemento do masculino dando origem ao feminino: capitão/capitã; órfão/órfã.



E dessa forma concluímos mais uma semana de AVM, sendo esta a última postagem... Ou não! Hehehe

2 comentários:

  1. Alisson e Kamilla,
    A postagem de vocês ficou boa, a tirinha realmente foi uma forma excelente de começar. Para ficar ainda melhor, vocês poderiam acrescentar exemplos de verbos que apresentam morfema zero (apenas para ficar mais claro). Outra sugestão é relembrar circunfixação, transfixação, infixação. OBS: em "lápis" há morfema zero também no plural.

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